Entenda o que é o botulismo, doença bacteriana ligada à ingesta de alimentos mal processados
Caso recente no exterior relembra a importância de ser vigilante ao lidar com alimentos
Recentemente, as manchetes têm destacado um caso preocupante de uma jovem brasileira hospitalizada nos Estados Unidos devido ao botulismo, uma condição bacteriana incomum, mas que desperta sérias preocupações.
Cláudia Celada de Albuquerque, de 23 anos, encontrava-se em Aspen, participando de um intercâmbio, quando sua saúde foi severamente afetada pela doença, deixando para sua família uma despesa milionária com o tratamento no exterior.
Mas afinal, o que é isso?
O botulismo, originado pela toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum, é notoriamente associado à ingestão de alimentos mal processados, enlatados, conservados de maneira inadequada ou com baixo nível de acidez. Produtos como conservas vegetais (palmito, picles, pequi), carnes cozidas ou curadas de forma artesanal (salsicha, presunto), queijos e pescados defumados estão entre os principais hospedeiros dessa perigosa toxina, pois a bactéria responsável pela sua produção é intolerante ao oxigênio, prosperando em ambientes com baixa presença de ar.
E por que isso é tão perigoso assim?
Em vídeo publicado em suas redes sociais, a infectologista do Instituto Emílio Ribas, Dra. Rosana Richtmann, alerta que a ação imediata no tratamento é fundamental, já que os sintomas podem se manifestar em poucas horas após a ingestão dos alimentos contaminados, mesmo se for em pequena quantidade. Entre esses sintomas, estão fraqueza muscular, ptose palpebral (“pálpebras caídas”), dificuldades para engolir e até mesmo falar.
Entretanto, é a natureza neurotóxica da doença que a torna particularmente preocupante! Isso significa que ela afeta o sistema nervoso, como um veneno que paralisa a comunicação entre o nervo e o músculo, podendo levar à morte do indivíduo se progredir para a musculatura respiratória.
O tratamento para o botulismo envolve, geralmente, a administração de soro antibotulínico e suporte respiratório, como ventilação mecânica, para garantir a sobrevivência do paciente até que o efeito da toxina passe, o que pode levar meses. A fisioterapia também desempenha um papel fundamental na recuperação muscular e na restauração da mobilidade.
Apesar de raro, o caso merece total atenção pela importância da vigilância e da precaução ao lidar com alimentos. Por isso, fique atento ao consumo de alimentos mal processados ou conservados de forma inadequada.
Latas estufadas, vidros embaçados, embalagens danificadas ou alimentos com alterações no cheiro e no aspecto devem ser evitados, como preconiza o Ministério da Saúde para a prevenção desta e até mesmo de outras doenças. Além disso, produtos que levantem dúvidas quanto à sua segurança devem ser fervidos ou cozidos por pelo menos 15 minutos antes do consumo, pois as altas temperaturas podem eliminar as toxinas do botulismo.
Vale o alerta! Proteja-se e não deixe de consultar um médico em caso de suspeita de sintomas.
22 de abril de 2024
,