Olhar da Saúde 2025-Thumbs-maus hábitos de vida

Como os maus hábitos de vida afetam mais o coração das mulheres do que os homens

Um novo estudo revelou que os fatores de risco cardiovascular impactam mais as mulheres do que os homens. Isso significa que, para o mesmo nível de hábitos prejudiciais, as mulheres têm um risco maior de desenvolver doenças cardíacas

Essas descobertas, apresentadas no Congresso do Colégio Americano de Cardiologia em Chicago (ACC 2025), desafiam a ideia de que homens e mulheres devem ser avaliados da mesma maneira quando o assunto é risco cardiovascular.

O estudo analisou mais de 175 mil pessoas no Canadá e avaliou oito fatores de risco associados às doenças do coração:

– Dieta

– Qualidade do sono

– Atividade física

– Tabagismo

– Índice de massa corporal – marcador de excesso de peso 

– Níveis de glicose no sangue

– Colesterol

– Pressão arterial

Os participantes foram classificados em três categorias de saúde cardiovascular:

  • Ideal: quando todos os fatores estavam dentro dos parâmetros saudáveis
  • Intermediária: quando havia de cinco a sete fatores saudáveis
  • Ruim: quando havia menos de cinco fatores saudáveis ou mais de três fatores de risco

Após 11 anos de acompanhamento, os pesquisadores descobriram que, embora as mulheres, em média, tivessem um perfil de saúde melhor do que os homens, quando tinham fatores de risco seu impacto era muito maior. Os resultados mostraram que:

– Mulheres com saúde cardiovascular ruim tiveram quase cinco vezes mais risco de doenças cardíacas do que mulheres com saúde ideal.

– Homens com saúde cardiovascular ruim tiveram 2,5 vezes mais risco do que homens com saúde ideal.

Ou seja, o impacto dos fatores de risco foi quase o dobro para as mulheres.

Isso acontece por uma combinação de fatores biológicos e sociais. As mulheres tendem a apresentar sintomas diferentes dos homens quando têm problemas cardíacos, o que pode levar a diagnósticos tardios. Além disso, questões hormonais e a fase da menopausa também influenciam o risco cardiovascular.

O que fazer para proteger o coração?

Como os riscos são diferentes entre os sexos, os especialistas sugerem que a avaliação e a prevenção de doenças do coração deveriam levar essas diferenças em consideração.

O primeiro passo para a prevenção é manter um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada associada a atividade física regular. Além disso, ter um sono adequado entre 7 e 9 horas por noite, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool e monitorar pressão arterial, colesterol e glicose no sangue regularmente são cruciais. 

A importância da informação e do diagnóstico precoce

Esse estudo mostra a importância de repensarmos as estratégias de prevenção e diagnóstico das doenças cardiovasculares, principalmente em mulheres. Muitas vezes, as campanhas de saúde focam no risco dos homens, já que eles têm mais infartos em idade jovem. No entanto, os dados indicam que, quando as mulheres apresentam fatores de risco, o impacto é muito mais forte.

Se você tem histórico familiar de doenças do coração ou apresenta fatores de risco, não espere pelos sintomas para procurar ajuda. Consultas regulares com um cardiologista podem fazer toda a diferença para um coração saudável e uma vida mais longa.

Por Carlos Eduardo Barra Couri,

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Carlos Eduardo Barra Couri

Médico endocrinologista e curador do Portal Olhar da Saúde.

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