Uso de cannabis pode aumentar risco de infarto, aponta estudo com mais de 4 milhões de pessoas
Um novo estudo, divulgado na revista científica JACC Advances e apresentado no Congresso do Colégio Americano de Cardiologia em Chicago (ACC 2025), traz um alerta importante: usuários de cannabis têm risco significativamente maior de sofrer infarto, mesmo sendo jovens e aparentemente saudáveis
O que a pesquisa descobriu?
Os pesquisadores analisaram dados de mais de 4,6 milhões de pessoas e identificaram que usuários de maconha com menos de 50 anos têm seis vezes mais chances de sofrer um ataque cardíaco em comparação com não usuários. Além disso, um levantamento que reuniu 12 estudos anteriores – abrangendo mais de 75 milhões de indivíduos – confirmou um aumento de 50% no risco de infarto entre os consumidores regulares de cannabis.
Por que a maconha pode aumentar o risco de infarto?
Ainda não se sabe exatamente como a cannabis impacta o coração, mas os pesquisadores apontam algumas hipóteses:
- Alteração do ritmo cardíaco: o uso da substância pode levar a arritmias, que são batimentos cardíacos irregulares e perigosos.
- Aumento da demanda de oxigênio pelo coração: a maconha pode elevar os batimentos cardíacos e a pressão arterial, exigindo mais do coração.
- Dificuldade na dilatação dos vasos sanguíneos: isso pode dificultar a circulação e aumentar o risco da formação de coágulos.
- Pico de risco logo após o uso: uma das pesquisas analisadas indicou que o maior risco de infarto ocorre cerca de uma hora após o consumo de cannabis.
O que isso significa para quem usa maconha?
O estudo reforça a necessidade de que médicos perguntem aos pacientes sobre o uso de cannabis, assim como já fazem com o tabaco e o álcool, para avaliar melhor o risco cardiovascular. Segundo o Dr. Ibrahim Kamel, pesquisador do estudo, as pessoas precisam estar cientes dos riscos que o consumo de maconha pode trazer ao coração.
Além disso, os cientistas alertam que o uso de maconha muitas vezes vem acompanhado de outras substâncias, como cigarro ou até drogas ilícitas, o que pode confundir os resultados. No entanto, os dados deixam claro que a cannabis, por si só, já representa um fator de risco.
Ainda há muitas perguntas sem respostas
Embora esse estudo traga informações importantes, os próprios pesquisadores destacam que são necessárias mais pesquisas, principalmente estudos que acompanhem os participantes ao longo do tempo para entender melhor a relação entre a maconha e problemas cardíacos.
Enquanto isso, se você faz uso de cannabis – ocasionalmente ou de forma regular –, é essencial conversar com um médico sobre os possíveis impactos à sua saúde.
25 de março de 2025
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