Atenção às curvas! A escoliose da coluna pode trazer sérias consequências na qualidade de vida
Desvio na coluna vertebral é apenas um dos sinais da escoliose, condição médica comum em qualquer idade
Responsável pela sustentação de carga, proteção dos nervos, equilíbrio, locomoção, a coluna vertebral, como se vê, não aguenta pouca coisa. Contudo, não é raro deixarmos de cuidar dela como deveríamos. Além disso, inconscientemente ou não, estamos sempre fazendo essa estrutura tão importante para o nosso corpo suportar um pouco mais, seja no excesso de peso (inclusive o nosso próprio!), seja na má postura.
Ortopedistas, quiropraxistas, mesmo massagistas, mencionam uma série de doenças que podem acometer a coluna vertebral, e uma delas é a escoliose. Trata-se de uma curvatura anormal para um dos lados do tronco, causada pela rotação das vértebras. Na verdade, devemos falar em uma ou mais curvaturas, porque a coluna pode formar um “C” ou um “S”, por exemplo – o que aponta, literalmente, diferentes formas do problema.
Não é difícil identificar a escoliose. No entanto, essa identificação costuma acontecer não por quem a apresenta, através de queixas de dor, mas por outra pessoa, ao observar o paciente de costas e em pé e notar o desvio. Além disso, os ombros ficam desalinhados, o corpo fica inclinado para um dos lados, uma perna parece mais curta do que a outra, e o indivíduo até dá a impressão de que encolheu.
A escoliose não tem idade para aparecer, o que indica uma variedade de causas. Na adolescência, por exemplo, a deformidade pode surgir com o crescimento rápido do corpo. Mas há também a forma idiopática, ligada à maioria dos casos e cuja causa é desconhecida; a congênita, presente no nascimento e originada durante a formação óssea do bebê ainda no útero; o tipo neuromuscular, advindo possivelmente de paralisia cerebral; a forma degenerativa, por desgaste, que em geral afeta os idosos; e a funcional, por desequilíbrios musculares, posturais ou diferenças nas pernas.
Se alguém próximo de quem tem escoliose pode detectá-la com relativa facilidade, quem faz o diagnóstico, é claro, é o médico ortopedista. Além da história clínica e do exame físico, ele usa o escoliômetro, instrumento com o qual faz a medição da curvatura. A partir de então é que o profissional direciona o tratamento, que pode variar de acompanhamento durante algum tempo, uso de anti-inflamatórios, analgésicos e relaxantes musculares em caso de dor, fisioterapia para fortalecer os músculos e melhorar a postura, e até cirurgia, quando a curvatura atinge um grau elevado, capaz de ocasionar problemas mais graves no futuro (isso se eles já não existem).
É possível falar em prevenção da escoliose, mas aí é com o próprio indivíduo! Exceto nas formas congênita e idiopática, não preveníveis, lançar mão da atividade física, do rastreamento e diagnóstico precoces e até da manutenção da boa postura pode ajudar no controle dessa condição médica. Cabe até ficar de olho na ergonomia da mochila escolar e da distribuição de peso igual nas costas. Fique atento à forma como trabalha ao computador na mesa de escritório e como é sua postura ao celular. A palavra-chave, nesse caso, é atenção – mínima, porém diária, no modo de andar, de se sentar, de se deitar, durante esforços físicos –, antes que a conta chegue!
12 de novembro de 2024
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