Olhar da Saúde-Thumbs-Cálculo renal

Cálculo renal: e agora?

As chamadas pedras nos rins podem ser consequência do baixo consumo de água, mas esse não é o único motivo. Conheça as outras causas

Todo mundo conhece alguém que teve cálculo renal, também chamado de litíase urinária ou, popularmente, pedra nos rins. E o quadro infelizmente tem se tornado mais recorrente na atualidade. 

De acordo com dados do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo, 15% da população pode ser diagnosticada com o quadro. E, no verão, os casos dobram, pois, com a maior transpiração em altas temperaturas, o corpo tende a desidratar com maior facilidade.

O consumo de água é muito importante para a saúde, inclusive dos rins. Se você está lendo este artigo sem antes ter tomado um copo de água, encha uma garrafinha agora e leia até o final entre os goles!

Rins: o que são e para que servem?

Os rins são um par de órgãos com tamanho aproximado de 10 cm no adulto. Eles têm formato semelhante a um grão de feijão e ficam localizados ao lado da coluna vertebral, na parte de trás do abdômen. 

Apesar de pequenos, possuem funções essenciais para a saúde humana: filtram toxinas no sangue, regulam o sangue e a pressão arterial, controlam o equilíbrio químico e a quantidade de líquidos que entram no corpo. E, claro, é neles que ocorre a produção de urina. 

Mas como uma pedra se forma nos rins?

Causas de cálculo renal

O organismo tende a formar pedras devido à quantidade de cristais presentes na urina, que se acumulam nos rins ou nas vias urinárias. Como dito, o baixo consumo de água favorece a formação dessas pedras, justamente porque fica faltando líquido para dissolver esses cristais.

Mas há outros fatores que podem provocar o cálculo renal. Entre eles, estão predisposição genética, volume de urina insuficiente, obesidade, dieta com muita proteína e sal, obstrução das vias urinárias e presença de doenças inflamatórias intestinais. 

Sintomas

Dores no abdômen e na lombar, sangramentos e infecções graves são algumas das consequências. Fabio Vicentini, urologista do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que as dores mais intensas não são devido ao tamanho da pedra formada, mas, sim, por causa do local onde se encontram. 

Explica-se: há dois tipos de cálculo. O que fica parado no rim e o que se movimenta. No primeiro caso, podem surgir dores crônicas em um lado da lombar, havendo piora com exercícios físicos e ingestão de líquidos, associadas com infecções repetitivas de urina. Sangramentos podem ocorrer.

Agora, quando uma pedra pequena começa a sair do rim, aí vêm as pontadas fortes na lateral inferior das costas. “O quadro de cólica de rim é agudo. Ele acontece de repente, com uma dor muito forte na região lombar, que vai para a região da bexiga”, diz Vicentini. 

Isso porque o caminho do rim para a bexiga (ureter) é estreito para a passagem de uma pedra. Vicentini comenta que, além da dor, podem aparecer enjoo, febre e vômito. 

Tratamento

Se preventivamente vale ingerir bastante água, durante as crises é bom não abusar. Isso porque a alta ingestão de líquidos pode aumentar a pressão da urina, fazendo com que o cálculo avance por aquele canal estreito, onde as dores se intensificam. 

Dito isso, é importante lembrar que somente médicos devem indicar o tratamento ideal para cada caso, que pode variar entre:

  • Medicamentos: é possível eliminar espontaneamente a pedra pela urina, com tratamento medicamentoso. O uso de analgésicos e anti-inflamatórios potentes é indicado durante as crises para o alívio da dor.
  • Litotripsia: as pedras são destruídas com bombardeamento de ondas de choque. É um tratamento que auxilia o organismo a expelir o cálculo pela urina.
  • Cirurgia percutânea ou endoscópica: a pedra é fragmentada e removida com uma pequena incisão na lombar por endoscópio.
  • Ureteroscopia: também por meio endoscópico, a pedra é retirada do ureter ou do rim sem precisar de incisão. É um método menos invasivo.

Prevenção

Conforme já comentado, o consumo de água é a forma mais eficaz de prevenir cálculo renal. O ideal é beber de dois a três litros de água por dia. Evitar grandes quantidades de sal e proteína animal também é importante, em razão do excesso de ácido úrico, cálcio e sais no rim.

E fica o alerta: nunca se automedique, nem faça o próprio diagnóstico. Se notar qualquer sintoma de pedra no rim (como dores na lombar, no abdômen ou sangramento na urina), vá imediatamente ao pronto-socorro. 

O especialista irá orientar o tratamento correto para a melhor forma de extração do cálculo renal.

Por redação,

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