Constipação intestinal não é normal e não deve ser ignorada
Prisão de ventre frequente pode ser resolvida com alimentação saudável, mas também pode ser sinal de doenças mais graves
Não há como negar que prisão de ventre é uma sensação desanimadora. O abdome incha e as cólicas intestinais são profundas, as idas ao banheiro são um sufoco e tudo isso é muito estressante. Não é à toa que o termo “enfezado”, no seu sentido figurado, é sinônimo de “irritado”.
Mas cuidado: se você sente muitas vezes seu intestino preso mesmo com uma alimentação regulada, o melhor a fazer é consultar o médico, pois obstipação pode ser sintoma de algo grave.
O que causa a prisão de ventre?
As principais causas da constipação incluem alimentação pobre em fibra, consumo de pouco líquido e falta de exercício físico. Além disso, o consumo alto de alimentos gordurosos sobrecarrega o tubo digestivo, afinal a gordura leva um tempo maior para ser digerida.
Caso tenha dor e dificuldade ao evacuar por muitos dias seguidos, é recomendável consultar o médico, que irá indicar exames para identificar a causa do intestino preso.
Sabemos desse problema no adulto, mas, quando uma criança sofre de prisão de ventre, pode ser um pouco mais preocupante. Se você perceber que a criança sente dor e dificuldade ao evacuar, tem cólicas intestinais, fezes endurecidas ou escape de fezes sem perceber, convém consultar o pediatra ou o gastroenterologista pediátrico.
As causas do intestino preso na criança são semelhantes às do adulto. A criança está em fase de crescimento, portanto alimentação saudável e rica em fibras, hidratação e prática de exercícios são sempre bem-vindas.
Complicações e doenças associadas
- Diverticulite: com a falta da fibra e da hidratação, o organismo pode desenvolver diverticulite – os divertículos (pequenos “sacos” que surgem no intestino grosso) inflamam ou infeccionam, o que prejudica a evacuação e causa dor.
- Hemorroidas: são uma complicação da prisão de ventre, muitas vezes por forçar a evacuação. Ocorre dilatação das veias na região anal, podendo ser uma doença hemorroidária interna ou externa.
- Síndrome do intestino preguiçoso: acontece em pessoas com maus hábitos alimentares e sedentarismo, que optam pelo uso recorrente de laxantes para facilitar as idas ao banheiro. O intestino se torna dependente e só consegue evacuar com uso de remédio.
- Pólipos: surgem na parede intestinal, semelhantes a cogumelos. Se não forem removidos com colonoscopia, podem evoluir para um câncer de intestino.
- Câncer de intestino: tumor maligno que evolui dos pólipos não tratados. Pode comprometer o intestino grosso e o reto. Infelizmente, tem se tornado cada vez mais comum.
Tratamento e prevenção
Para o bom funcionamento do intestino, é importante a hidratação, e pode ser muito bom variar entre chás, refrescos e frutas com bastante concentração de água. O mesmo ocorre com legumes, verduras, cereais, grãos e sementes: quanto mais líquido e fibra o alimento tiver, melhor! Caso tenha muita fibra e seja um alimento seco, como grãos e cereais, é importante combinar iogurte e fruta.
A mudança de hábitos alimentares e a prática de exercícios ajudam na maioria dos casos a combater a constipação. Consultar um nutricionista pode ajudar ainda mais a inserir alimentos com propriedades laxativas que ajudem na digestão sem comprometer o intestino.
É importante salientar que o laxante só é indicado por orientação médica, para fins de limpeza intestinal e realização de exames, ou seja, não é o fármaco apropriado somente com a finalidade de soltar o intestino. Seu uso prolongado pode provocar complicações além da dependência para evacuar, como perda de nutrientes, tônus e peristaltismo prejudicados, fragilidade da parede intestinal, aumento de secreção, risco aumentado de desequilíbrio eletrolítico, entre outras.
Por isso, sempre consulte o médico e faça exames de rotina. Qualquer sintoma além do normal deve ser observado com cuidado e atenção necessários.
31 de julho de 2024
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