Controlar o diabetes tipo 2 logo após o diagnóstico melhora a saúde do fígado
Novo estudo apresentado traz mais um motivo para domar a glicose precocemente
Coração, olhos, nervos, rins… e fígado?! Sim, o diabetes tipo 2, quando mal controlado, afeta também o tecido hepático. Mas a boa notícia é que uma pesquisa conduzida em Hong Kong – apresentada no Congresso Americano de Fígado, em San Diego (EUA) – mostra que o bom controle dessa doença, desde cedo, afasta o risco de insuficiência hepática, câncer de fígado e morte por problemas que afligem esse órgão.
O excesso de gordura no fígado acomete cerca de 80% das pessoas com diabetes tipo 2. Essa enfermidade ainda acelera a evolução da gordura no fígado para fibrose avançada e cirrose. O diabetes também se associa ao maior risco de câncer hepático.
Pesquisadores analisaram prontuários eletrônicos de mais de 370 mil participantes com diabetes tipo 2 e idade média de 61 anos, seguidos por um tempo de aproximadamente 13 anos. Eles buscaram os fatores de risco para um pior desfecho, como insuficiência hepática, câncer de fígado e morte de causa hepática.
Resultado: pessoas que controlaram o diabetes tipo 2 logo após o diagnóstico e o mantiveram domado pelo menos durante os primeiros cinco anos da doença exibiram menor risco de problemas hepáticos. Em seguida, vieram os participantes que controlaram ao menos em parte o diabetes – em seguida, os que não apresentaram melhora alguma. Em outras palavras, frear bem a glicemia, especialmente logo após o diagnóstico e de forma duradoura, ajuda a prevenir complicações hepáticas graves.
Outros fatores associados a um pior prognóstico no fígado são idade avançada e presença já detectada de cirrose hepática. Um fator visto como protetor foi o uso de estatinas – medicamentos para controle de colesterol.
Está aí mais um bom motivo para o controle da glicose.
19 de novembro de 2024
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