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Estudo reforça importância da vacina contra o VSR acima dos 60 anos

O vírus sincicial respiratório, comumente ligado a casos de bronquiolite em crianças, também pode comprometer a saúde respiratória dos idosos. E a vacinação surge como solução

Um importante estudo publicado na revista médica JAMA (Journal of the American Medical Association) traz luz para uma questão importante na saúde de pessoas idosas: o uso da vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), popularmente ligado a casos de bronquiolite em crianças. 

Pesquisadores da Vanderbilt University Medical Center, nos Estados Unidos, analisaram prontuários médicos de 2.978 pessoas acima de 60 anos que foram internadas com quadros respiratórios agudos graves. Dessas, 367 testaram positivo para o VSR, enquanto 2.611 não. A análise aconteceu entre outubro de 2023 e março de 2024. 

Os resultados indicam que a vacina reduziu em 75% o risco de hospitalização por VSR, sem grandes diferenças entre os grupos de idade (60-74 e 75 anos ou mais).

As internações hospitalares em pessoas idosas se associam a maior mortalidade, queda da qualidade de vida, redução da massa muscular e risco adicional de infecções hospitalares concomitantes, entre outras chateações. 

Em um estudo de 2023 do norte-americano CDC (Centers for Disease Control and Prevention), notou-se que o número de internações por VSR é inferior ao de internações por influenza e COVID-19. Porém, esse vírus está associado a uma maior gravidade, necessitando mais frequentemente de uso de oxigênio e de cuidados de terapia intensiva. 

Apesar de o VSR provocar reconhecidamente uma virose mais grave, não havia vacina disponível até pouco tempo atrás a esse grupo. Nos Estados Unidos, ela foi aprovada apenas em 2023. Já no Brasil, ganhou esse aval em 2024 para pessoas com 60 anos ou mais. 

O imunizante contra o vírus sincicial respiratório deve ser aplicado em dose única. Pessoas idosas com comorbidades como diabetes, doenças renais ou cardíacas e uso de medicamentos imunossupressores se beneficiariam ainda mais, pois apresentam maior probabilidade de formas graves dessa infecção.

O VSR não é coisa só de criança pequena!

Por Carlos Eduardo Barra Couri,

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Carlos Eduardo Barra Couri

Médico endocrinologista e curador do Portal Olhar da Saúde.

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