Menopausa: muito além dos fogachos
Insônia, diminuição da libido e infecção urinária de repetição são alguns dos sintomas dessa fase. Saiba como ter mais qualidade de vida e lidar com os desconfortos
Os fogachos, famosas ondas de calor que acontecem principalmente à noite, interrompendo o sono e causando insônia, estão entre os sintomas mais característicos da menopausa. Estima-se que oito em cada dez mulheres na menopausa sintam os calores e uma em cada quatro vão conviver com eles por toda a vida. Considerando que a menopausa ocorre frequentemente entre 45 e 55 anos de idade e que a expectativa de vida da brasileira ao nascer é de 80 anos, estamos falando de um longo período de sofrimento.
Por isso, não é sem razão que muita gente ainda teme a menopausa, que marca o final da vida reprodutiva da mulher, quando ovários deixam de produzir os hormônios sexuais, especialmente o estrogênio e a progesterona. “Geralmente, a ausência das menstruações ocorre associada aos calores, insônia, fadiga, alterações de humor, ressecamento vaginal e diminuição da libido. Além disso, mulheres que sentem fogachos são mais propensas aos transtornos emocionais e do humor, à depressão e à ansiedade”, expõe a médica ginecologista e sexóloga Andréa Rufino, professora de Ginecologia da Universidade Estadual do Piauí (Uespi).
Ela acrescenta que modificações genitais e urinárias também podem acontecer nessa fase e são chamadas de síndrome genitourinária da menopausa. “A falta do estrogênio causa atrofia (afinamento) da mucosa vaginal, que leva as mulheres a sentirem ardor na vulva e na vagina antes, durante e depois da prática sexual. Já a perda de colágeno e elastina do assoalho pélvico favorece a perda de urina, a infecção urinária de repetição e o prolapso, isto é, o deslocamento dos órgãos pélvicos. Então, tratar a síndrome genitourinária da menopausa é fundamental para uma vida sexual feliz e um envelhecimento saudável”, explica a ginecologista e autora do e-book Prazer, Menopausa.
Todos esses sintomas, aliados ao risco de osteoporose, de câncer e de doenças cardiovasculares, são desconfortáveis no curto prazo e muito assustadores no longo prazo. Mas há uma boa notícia nessa história: é possível lidar com a menopausa de uma forma tranquila e saudável.
Tratamento da menopausa
Para começar, a Dra. Andréa recomenda buscar informação confiável e acompanhamento com bons profissionais. “Assumir o autocuidado com relação à saúde física e mental é o ponto de virada para viver esse período com qualidade de vida”, diz a especialista. Quanto antes a mulher adotar um estilo de vida saudável, como a prática regular de exercícios físicos e uma alimentação rica em frutas, vegetais, carnes magras sem alimentos ultraprocessados e sem açúcar, melhor. E, se ela tem o hábito de fumar e consumir bebidas alcoólicas, o ideal é abandoná-lo. “Esse conjunto de medidas já traz uma melhor qualidade de vida a curto prazo, além de ser um ótimo investimento para a longevidade”, afirma a ginecologista.
Segundo Andréa, a reposição hormonal é uma opção terapêutica segura e muito eficaz para aliviar os fogachos, a insônia, as alterações de humor, a síndrome genitourinária e melhorar a libido. Converse com o ginecologista de sua confiança.
, 16 de março de 2024
Letícia Martins
Jornalista com foco em saúde, escritora, fundadora da Momento Saúde Editora e da revista Momento Diabetes.