Não deixe que o sol se torne seu inimigo: fuja do câncer de pele!
O tumor maligno mais comum não pode ser menosprezado – veja como identificá-lo e se prevenir sem abrir mão da vida ao ar livre
O verão no Hemisfério Sul (onde está situado o Brasil) terminou em março, mas o calor e os dias de muito sol seguem fortes. Ocorre que, em excesso, a exposição aos raios ultravioleta gera diferentes problemas de saúde: insolação, envelhecimento precoce, lesões nos olhos e – talvez o mais sério deles – câncer de pele.
Dados no Brasil e tipos de câncer de pele
O Brasil apresenta números nada desprezíveis sobre o câncer de pele. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 185 mil casos são registrados todos os anos. O país está na vice-liderança mundial, atrás apenas da Austrália.
A frequência do câncer de pele por aqui representa 25% de todos os tumores malignos identificados.
O tumor de pele é dividido em dois tipos básicos: melanoma e não melanoma. O não melanoma é o mais comum e apresenta letalidade baixa – felizmente. Os percentuais de cura são altos, desde que detectado precocemente.
Indivíduos de pele clara, sensíveis à ação dos raios solares, com história pessoal ou familiar ou com doenças cutâneas prévias são os mais acometidos. Os tipos mais frequentes são o carcinoma basocelular (o menos agressivo) e o epidermoide.
O melanoma, por sua vez, é mais raro, contudo muito mais agressivo. De origem nos melanócitos – células que produzem melanina, pigmento que dá cor à pele –, ele é curável principalmente se detectado precocemente.
Mas, ao contrário de outros subtipos, tende a progredir rapidamente e gerar metástase, que são focos da doença em outros locais do corpo. Nesse estágio, o quadro é considerado mais grave.
O melanoma representa apenas 3% dos casos de câncer de pele no Brasil e, na maioria das vezes, surge em pessoas brancas. Ainda assim, a população negra não está livre da doença.
Reconhecimento dos sinais
As lesões podem ter aparência brilhante, rósea, avermelhada ou multicolorida e que sangram com facilidade. Se a pinta possui um formato irregular e crescente, também é bom ficar de olho. Outros sinais são manchas que não cicatrizam e continuam a crescer, coceira e formação de crostas e erosões.
Existe uma forma relativamente fácil de decorar sinais de uma pinta que apontam para o câncer de pele. Ela consiste em memorizar a sigla ABCDE:
- A de assimetria: um lado da pinta não apresenta o mesmo formato que o outro.
- B de bordas irregulares: pode ser dentada, ou com sulcos.
- C de cor: uma mesma pinta possui diferentes tons.
- D de diâmetro: a lesão cresce e supera os 5 cm.
- E de evolução: com o tempo, a pinta muda na forma, no tamanho e na cor.
Fatores de risco e cuidados
A genética não pode ser desconsiderada. Há pessoas naturalmente mais propensas a desenvolver um tumor de pele, ou que nascem com a pele mais clara – e, portanto, são mais sensíveis aos raios ultravioleta.
Mas o fator preponderante realmente é a exposição excessiva ao sol. Não à toa, carteiros, profissionais de limpeza urbana e trabalhadores rurais apresentam índices mais altos da enfermidade. Isso nos leva a uma série de recomendações:
- Utilize filtro solar, inclusive em dias nublados. Reaplique-o a cada duas horas durante a exposição.
- Evite exposição prolongada ao sol entre 10 e 16 horas.
- Coloque óculos escuros em ambientes ao ar livre.
- Quando possível, não trabalhe nas horas mais quentes do dia e procure locais com sombra.
- Procure usar chapéu de aba larga, camisa de manga longa e calça comprida.
- Nunca entre em câmaras de bronzeamento artificial, que também emitem raios ultravioleta.
- Evite queimaduras de sol, principalmente durante a infância e a adolescência.
- Faça um autoexame de pele regularmente, inclusive em regiões como a palma das mãos, os espaços entre os dedos, a sola dos pés e o couro cabeludo. Se for o caso, peça ajuda para um companheiro.
- Visite o dermatologista com regularidade, principalmente se tem a pele clara e que fica vermelha com facilidade, ou se há histórico de câncer de pele na família.
Essas recomendações, seguidas diariamente, são importantíssimas em longo prazo, já que o câncer de pele pode levar anos para se manifestar.
É importante destacar que a exposição ao sol, em doses e horários adequados, faz bem à saúde. Ela melhora o humor e a produção de vitamina D, só para ficar em dois exemplos. Mas o sol não escapa da lista de itens a serem apreciados com moderação.
O tratamento do câncer de pele
Ele consiste na retirada da lesão e dos tecidos ao redor com cirurgia. Quimioterapia e radioterapia são aplicadas nos casos mais graves. E, na última década, uma revolução ocorreu no tratamento do melanoma, com a chegada da chamada imunoterapia.
8 de abril de 2024
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