Olhar da Saúde-Thumbs-Apagão e seus efeitos

O apagão e seus efeitos no armazenamento das insulinas e outros medicamentos contra o diabetes

Ozempic, Wegovy e outras terapias usadas para controlar a glicemia dependem da geladeira para – assim como a comida – não apodrecerem

Após um longo período de estiagem e tempo seco, várias localidades do Brasil estão enfrentando temporais intensos. Nos noticiários, sempre vemos carros boiando como se fossem de brinquedo, pequenos barcos nas ruas… e pessoas reclamando que estão no escuro, com a comida na geladeira apodrecendo pela falta de luz.

Mas a geladeira não guarda alimentos, apenas; ela também é fundamental para conservar remédios. A insulina é um dos medicamentos fundamentais para pessoas com diabetes tipo 1, e para algumas com o tipo 2 também. Muitos pacientes podem parar na UTI ou até morrer se ficarem um dia sem as benditas aplicações. 

O fato é que a caixa lacrada de insulina deve ficar em temperaturas entre 2 e 8 graus. Já a insulina aberta pode ficar na temperatura de até 30 graus e deve ser consumida em, no máximo, 30 dias. 

Os famosos Ozempic e Wegovy, utilizados para o tratamento de pessoas com diabetes tipo 2 e obesidade, devem seguir um protocolo parecido. E estes vêm com o adicional de um custo bastante elevado. Perder uma caixa por causa da falta de energia pode trazer um impacto na economia doméstica. 

Apagões como o que estamos vendo em São Paulo são amplamente divulgados, mas muitos de seus efeitos secundários não ganham os holofotes. Como ficam os pacientes com diabetes sem uma geladeira funcionando?! Precisamos que as câmeras registrem essa situação. 

Enquanto as autoridades batem cabeça, cabe a nós oferecer orientações que amenizem o estrago. Se você está sem energia, corra atrás de um parente ou um amigo e pergunte se ele não pode ceder um cantinho da geladeira para armazenar seus remédios.

Por Carlos Eduardo Barra Couri,

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Carlos Eduardo Barra Couri

Médico endocrinologista e curador do Portal Olhar da Saúde.

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