O que obesidade tem a ver com lúpus eritematoso sistêmico?!

Sim, até essa doença autoimune pode ser afetada pelo excesso de gordura corporal. Entenda

Quando o assunto é obesidade, frequentemente se fala em efeitos para a saúde cardiovascular. Mas na verdade o excesso de gordura corporal provoca problemas que vão além de AVC, infarto, diabetes, hipertensão e afins. E nem o lúpus eritematoso sistêmico escapa dessa. 

O lúpus é uma doença autoimune que pode atacar múltiplos órgãos, como a pele, as articulações, os rins e os nervos. Ele afeta principalmente mulheres jovens.

Hoje, sabemos que uma alimentação com alto índice de gordura e a obesidade podem interferir no aparecimento e no curso das doenças autoimunes. Isso ocorre porque ambos os fatores causam um desequilíbrio das bactérias intestinais, que é chamado de disbiose. E essa alteração está associada ao aparecimento de várias doenças, como câncer e doenças autoimunes. 

Além de poder estar envolvida com a raiz do lúpus, a obesidade contribui para a manutenção da atividade dessa doença. Em outras palavras, ela é capaz de agravar o quadro.

O problema: a frequência de obesidade é especialmente alta em pacientes com lúpus. Ela estaria presente em 30 a 40% das pessoas com essa doença autoimune. Por quê? Além da alimentação, um fator que contribui para ganho de peso em pessoas com lúpus é o tratamento com glicocorticoides, como a prednisona. Esses medicamentos têm papel em alguns momentos da enfermidade, mas muitas vezes são usados de forma irregular e em doses inadequadas.

Sabemos que perder peso é um desafio, mas quando falamos de pessoas com lúpus, devemos perseguir ainda mais esse objetivo. Apesar da letalidade entre os pacientes ter diminuído ao longo dos anos, ainda hoje o risco de morte é três vezes maior do que na população geral. E manejar o peso pode contribuir nesse sentido.

Até porque, como muita gente já sabe, a obesidade favorece altos níveis de triglicérides, baixos índices de HDL (o colesterol bom), hipertensão e diabetes, importantes causas de morte.

Por Daniela Moraes, 8 de outubro de 2024