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Qual o melhor horário para tomar os remédios para pressão?

Segundo um novo estudo, tanto faz! O importante é não se esquecer e seguir as recomendações médicas

Uma grande discussão em torno da pergunta estampada no título aconteceu em agosto, no congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, que foi sediado em Londres, na Inglaterra. Mas e aí: os remédios que reduzem a pressão arterial devem ser tomados pela manhã ou à noite? 

Segundo diversas pesquisas e revisões sistemáticas apresentadas – os estudos TIME, BedMed e BedMed-Frail, em particular –, tanto faz! Desde que a pessoa siga o tratamento sem falhas. 

Vale destacar que o objetivo dos estudos citados acima não era demonstrar o papel do horário da medicação na hipertensão em si, mas, sim, no risco de morte, infarto e AVC. Aliás, esse é o objetivo principal do controle da pressão, certo? 

A informação é importante porque, tradicionalmente, parte dos médicos indica os medicamentos contra a hipertensão no período da manhã, uma vez que um possível efeito colateral é a tontura, e, à noite, ela favoreceria mais quedas. Já outro grupo argumenta que vale mais tomá-los no período noturno, pois estariam fazendo seu pico de ação na manhã, quando temos maiores níveis de pressão e um risco adicional de complicações cardíacas. 

Mas aí que está: o momento do uso da medicação não alterou os benefícios na prevenção de problemas cardiovasculares, tampouco o impacto das suas possíveis reações adversas.

O ponto principal desse tipo de investigação é reforçar que o engajamento é um item importante ao definir a hora de engolir seu remédio. É mais fácil tomá-lo junto com o café? Então vá nessa. Se preferir ingeri-lo após escovar os dentes antes de dormir, ótimo também. 

Temos hoje no Brasil milhares ou milhões de pessoas tomando medicamentos de forma diferente aos da orientação profissional – ou até deixando de seguir o tratamento sem uma conversa com o doutor. Então a adesão é primordial! 

Existe uma máxima em Medicina: “O melhor remédio é aquele que o paciente usa”. E isso é o que mais se aplica aqui em pessoas com pressão alta.

A hipertensão é uma das principais causas de infarto, derrame cerebral, insuficiência cardíaca ou insuficiência renal com indicação de diálise etc. Até o risco de demência cresce diante da doença. Se não há justificativa, devemos facilitar a vida do paciente, de acordo com suas preferências. 

E, claro, reforçar que ele também deve controlar a ingestão de sal, incorporar uma alimentação saudável e exercitar-se com regularidade – outros excelentes “remédios” contra essa enfermidade. 

Converse com seu médico.

Por Carlos Eduardo Barra Couri,

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Carlos Eduardo Barra Couri

Médico endocrinologista e curador do Portal Olhar da Saúde.

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